terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O Segredo dos Lírios

Boa noite povo!
Tudo bem com vocês¿ Prometi que tentaria ser mais presente aqui no blog e estou me esforçando para cumprir isso! Claro que nem sempre consigo dar conta de tudo que gostaria de fazer, às vezes quando vejo alguma coisa legal eu penso: isso é um assunto muito legal pra escrever pro blog! E aí sempre tem uma ou muitas coisas mais pra fazer e quando eu deito na cama, morta de cansaço é que lembro que ia escrever, aí já estou tão, mas tão cansada que não tenho coragem de levantar.
Enfim, indo ao assunto que inspirou o post de hoje, ontem à noite eu assisti um documentário bem curtinho (tinha só 16 minutos) que se chamava “O segredo dos Lírios” e fiquei surpresa. Apesar de serem poucos minutos, é um vídeo muito emocionante. Trata-se de três mães que relatam as suas experiências com suas filhas, que são homossexuais. Mulheres totalmente diferentes, contando, desde que as suas filhas eram pequenas até o momento atual, passando pela desconfiança e pela confirmação da opção sexual das filhas. O tema parece ser meio chato, eu mesma pensei que seria apenas só mais um vídeo cheio de baboseiras sobre como o que importa é a felicidade, mas que nenhuma mãe deseja uma filha lésbica, mas como aconteceu vamos aceitar e blá, blá, blá, como sempre vemos em todos os lugares.


Isso, aliás, me fez lembrar um trabalho que eu fiz pra faculdade em que o tema era homofobia. Me esforcei pra caramba, fiz diversas entrevistas e até consegui convencer alguns amigos a gravar vídeos com os seus depoimentos. Recebi montes de e-mails com as informações que havia pedido e assisti aos vídeos que o pessoal gravou. Um deles me chamou muito atenção. Era de uma menina de atualmente 18 anos (mas o depoimento dela é de um caso que ocorreu quando ela tinha 14), que contou como a família recebeu a notícia da sexualidade dela. Na narrativa ela diz que o pai ficou dias sem falar com ela, e a primeira coisa depois desse tempo que ele falou, foi que não tinha criado uma filha pra ser sapatão, e que ela sentiu na frase dele que era preferível não tê-la, a tê-la sendo homossexual. Eu chorei vendo aquilo, porque a dor na voz dela doía em mim. Foi terrível assimilar que práticas de coação psicológica com essa acontecem sim, todos os dias na sociedade brasileira.

Em uma determinada parte do documentário, uma das mães diz que se perguntou onde havia errado na educação da filha, e eu me perguntei porque essa é a pergunta retórica que todos os pais sempre se fazem quando recebem esse tipo de notícia que julgam desagradável. Por que a filha gostar de alguém do mesmo sexo é um erro de criação¿ De onde vem esse autojulgamento tão injusto consigo mesma e com os filhos¿ Fiquei muito impressionada de perceber a semelhança das mães do vídeo com as da vida real, que são nossas amigas, vizinhas ou mesmo dentro de nossa própria casa.

Fiquei realmente muito emocionada com esses depoimentos e espero profundamente que cada vez mais possamos propagar o conhecimento e compartilhar experiências para que em um futuro não muito distante tenhamos a oportunidade de ouvir e ver muito mais casos positivos do que a pergunta: onde foi que eu errei¿!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Sucesso profissional (o que é isso?!)

Boa noite gente! Quanto tempo!!! Estou internamente chocada de quanto tempo faz que não posto aqui... Mas também, tantas coisas mudaram na minha vida nesses meses que nem sei por onde começar.
Passei por uma fase muito complicada, em que o meu trabalho estava me matando, não aguentava mais ir todos os dias para aquele lugar, eu sabia e sentia que não me adaptava ali, que não era e nunca seria o meu mundo. Não curto pessoas de mente fechada, preconceituosas e que impõem a sua vontade aos outros. Porém, onde uma professora iria achar emprego em pleno maio nesta cidade?! Com certeza as contas não iriam querer saber se eu gostava do meu emprego atual. Então, sob livre e espontânea pressão, larguei o serviço, mudei de casa, fiquei um mês inteirinho em casa, sem saber exatamente o que fazer da vida. Surge então uma oportunidade inusitada, de interagir num meio que nunca tinha cogitado antes, então pensei: ei, porque não? E me joguei em mais esta reviravolta da vida.
Sabem a que conclusão cheguei? Que nem sempre aquilo que queremos é o que é bom pra gente. Sei que parece estranho, mas se você parar pra pensar, faz todo sentido do mundo. Quando eu me candidatei pro emprego inicial, fiquei torcendo para ser selecionada, quando fui chamada, nossa, que êxtase, achei que era tudo que eu queria da vida no momento. Mas então, o destino fez a minha vontade, só pra me mostrar que na verdade, era apenas o status que era -diminutamente- interessante, e que, no fim das contas, os fins não justificam os meios.
Saí do citado lugar em maio, estamos em dezembro. E só agora que estou conseguindo superar a sensação de incompetência, de insegurança, de medo e de stress que adquiri no primeiro semestre do ano. Sabe quando você sente que de repente não sabe fazer o que sempre soube? Comecei a me questionar se era realmente isso que eu queria, se não estava me iludindo e criando falsas expectativas sobre essa profissão. Não que ser professora não seja gratificante -é gratificante- quando se tem o mínimo de incentivo e reconhecimento, mas a partir do momento em que se faz tudo, se refaz, faz novamente e nunca, em nenhum momento, nada está de acordo com o esperado, você inevitavelmente passa a se questionar sobre onde está o problema.
Acredito realmente que o problema estava comigo, no fato de não me sentir a vontade naquele lugar, de não ter conseguido criar uma relação de afinidade com as pessoas, de não gostar do que estava fazendo naquele momento.
E então, quando eu penso que tudo está perdido, eis que surge uma luz no fim do túnel. No final, não deixei de pagar nenhuma conta (hehehehe) e sobrevivi ao caos. Encontrei, de uma forma torta, o local de trabalho que conseguiu criar em mim a luz que eu sempre imaginei que teria. A vontade de levantar todos os dias com planos e a satisfação de voltar pra casa com a certeza de que pelo menos o dia de uma pessoa foi melhor porque eu fui trabalhar. Acompanhar casos que a sociedade julga perdidos, ver o outro lado da moeda, estar ativamente construindo a moralidade atual fazem de mim não apenas educadora, mas também cidadã, uma alma humana lidando com outras almas humanas, pura e simplesmente. Por que complicar uma coisa tão simples?
Ser educador é muito mais do ensinar o alfabeto, os números, a ler e escrever. O educador tem o direito e o dever de conduzir seus alunos ao conhecimento de mundo, a ler nas entrelinhas, conhecer a si mesmo e ao meio que está inserido, como não se colocar em situações de risco - e se já estiver em uma - como sair com o mínimo de danos possíveis, o que a sociedade espera deles, como mostrar isso aos outros, tantas dúvidas, tantos questionamentos, e de quem mais seria o papel de proporcionar o máximo de conhecimento possível, senão do educador?! Por essas e outras que hoje sim, posso dizer que amo o que faço, sou uma profissional em fase de realização, não totalmente realizada, mas pelo menos com a certeza de estar no caminho certo!

Até a próxima (espero que não demore muito desta vez!!)
Bj Bj ;*